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MARIA LYGIA
(BRASIL – SÃO PAULO
Maria Lygia Quartim de Moraes (São Paulo, 18 de maio de 1943) é uma socióloga, militante feminista e professora universitária brasileira.
Fez graduação em Ciências Sociais na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo (1963 a 1966) e concluiu o doutorado em Ciência Política na mesma instituição (1982). Tem livre-docência pelo Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp com a tese “Vinte anos de Feminismo” (1997).
É viúva de Norberto Nehring, economista e professor da Universidade de São Paulo que foi preso, torturado e morto pela Ditadura militar no Brasil (1964–1985).
Foi uma das fundadoras do grupo “Nós Mulheres” (1976-1978), pioneiro na imprensa alternativa da época ao se posicionar como jornal feminista.
Atualmente é professora do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp e pesquisadora do Núcleo de Estudos de Gênero – Pagu, ambos na Unicamp, onde também presidiu a Comissão da Verdade e Memória “Octavio Ianni”. Integra o Grupo de Trabalho Estado Laico da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência e coordena o Grupo de Pesquisa Teorias e Militâncias Feministas.
É autora de diversos artigos e livros sobre família, feminismo, marxismo, relações de gênero e direitos humanos.
Principais livros publicados
• Marxismo, psicanálise e o feminismo brasileiro. Tomo 1: A crítica feminista às teorias sobre a família e ao “eterno feminino”. Campinas: IFCH- UNICAMP, 2017. 328 páginas.
• Marxismo, psicanálise e o feminismo brasileiro. Tomo 2: Movimentos sociais, cidadania e democracia no Cone Sul. Campinas: IFCH- UNICAMP, 2017. 352 páginas.
• Relatório final da Comissão da Verdade e Memória "Octavio Ianni" da Unicamp. Com Ângela Araújo, Caio Navarro Toledo, Danielle Tega e Wilson Cano. Campinas: Editora da Unicamp, 2015.
• Memórias da Repressão Militar e da Resistência Política. Campinas: IFCH/UNICAMP, 2009.
• Gênero nas Fronteiras do Sul. Campinas:Núcleo de Estudos de Gênero - Pagu, 2005.
• A experiência feminista nos anos 70. Araraquara: UNESP, 1990.
• Mulheres em movimento: o balanço da década da mulher do ponto de vista do feminismo, das religiões e da política. São Paulo: Nobel-Conselho da Condição Feminina, 1985.
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MARIA LYGIA – AINDA CONTINUO AMANDO. Poesias. Apresentação por Fátima Teles. Orelha do livro: Marcelo Abreu. Brasília: Thesaurus, 2017 180 p. ilustrações da autora.
No. 11 015
Exemplar da biblioteca de Antonio Miranda, doação do amigo (livreiro) Brito, Brasília, DF.
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FLORES E VERSOS
Flores orvalhadas
Versos sonhados
Com pétalas de flor
Com sonhos e versos
Que derramam
Como as lágrimas
Dos nossos sofrimentos
De não ver você
A cada momento
E perguntar
Aonde está você
Meu coração
Se aparta
E as lágrimas
Caem
Molhando as flores
E o papel com verso
PASSOS
Em pequena
Trepava em grades
Pulava em bancos
Do jardim
Andava em passos
Ligeiros
Mas, agora
Ando devagar
Com passos lentos
E doídos
Também não sei
Onde vou
Aonde vou parar
SEM TÍTULO III
Sabe por que eu escrevo versos?
É para tirar do peito
Coisa que não consigo
Falar
Escrevo em versos
Dores, alegrias e amores
Versos são a minha válvula
De escape
Para liberar
Os sonhos, as ilusões
E os desejos
Meu coração se liberta
Digo coisas
Conto minas
Paixões e amores
Melhor terapia
Para o coração
É escrever versos
TEMPO QUE NÃO TEM TEMPO
Quero despertar
Em versos
Que nem sei por que
Por que sou despudorada
Podem não gostar
Do que escrevo
Vejo a minha idade
Diminuindo o tempo
Porque o tempo
Não tem tempo
As rugas na cara
Pele caída
Que não muda
A minha cabeça e sexo
Não têm este tempo
E por isso digo
Asneiras
Parece novo
Mas as palancas não
E quando escrevo
Não há tempo
De amar
De dizer amor
E sentir excitação
E viver de novo
Neste despertar
De versos
E de dias vividos
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Página publicada em outubro de 2024
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